Fontes

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30/11/2013

Engenho Bertioga ou Santo Antônio de Bertioga/Ipojuca

Os portugueses conquistaram Ipojuca no início em 1560, após a escravização dos índios caetés. A partir daí, os colonos de origem europeia puderam ocupar suas terras férteis e ricas em massapê, propícias para o cultivo da cana-de-açúcar; causando o surgimento de diversos engenhos na região. Entre as famílias pioneiras, estavam a Lacerda, a Cavalcanti, a Rolim e a Moura.
Em 1630, a freguesia de Ipojuca estava sob a jurisdição de Olinda, e era chamada de Bela Pojuca. Em suas terras existiam os seguintes engenhos: Sibiró de Baixo sob a invocação de São Paulo, pertencente a Francisco Soares Ganha; Sibiró de Cima, a Manuel de Novalhas; Maranhão e Bertioga, a João Tenório; Trapiche, sob a invocação do Bom Jesus, a Francisco Dias Delgado; Santa Luzia, e o denominado Salgado, sob a invocação de S. João, a Cosme Dias da Fonseca; Pindoba, a Gaspar da Fonseca Carneiro; Caroaçu, a Manuel Vaz Vizeu; Guerra, e o de nome Nossa Senhora do Rosário, sem menção. (Pereira da Costa -1812. Vol. 07. Pág. 91).
O engenho Bertioga, com Igreja dedicada a Nossa Senhora da Penha, era movido à água de uma açude bem situado e que nunca secava. Estava sob a jurisdição de Olinda e freguesia de Ipojuca, ficavam localizadas na margem direita do Rio Ipojuca, a um quarto de milha de distância do eng. Nossa Senhora da Conceição. Suas terras tinham uma milha de extensão, com várzeas razoáveis e matas. Podia moer anualmente 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar e pagava 03% de recognição.
Primeiramente o engenho foi denominado de Santo Antônio e depois de engenho Bertioga (ßartjago; Bartioga) - vide mapa IBGE Geocódigo 2607208 Ipojuca - PE. Citado nos seguintes mapas holandeses: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho: ßartjago', na m.e. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca) e o PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'S. Antº', na m.d. do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca).
No dia 12/03/1634 os holandeses tomaram o Forte Nazaré em Cabo de Santo Agostinho, e depois foram para o sul desembarcando em terras de Ipojuca (engenho Salgado). Consolidado o domínio holandês na região, alguns proprietários resolveram abandonar seus engenhos. Mas antes destruíram suas edificações e queimaram suas canas para que os invasores não dessem continuidade ao plantio da cana de açúcar e consequentemente a fabricação do “ouro branco” (como era chamado o açúcar na época).
Em 1635, se deu o grande êxodo pernambucano, quando cerca de 8.000 pessoas (senhores de engenhos, comerciantes, feitores-mor, lavradores, etc) fugiram para a Bahia com o General Matias de Albuquerque. Entre eles se encontravam o proprietário do engenho Bertioga, Luís Lopes Tenório, Jerônimo Cavalcante de Albuquerque, Lourenço Cavalcante, Bras Barbalho, Ambrósio Machado de Carvalho e muitos outros. 
O próximo proprietário encontrado foi João Tenório de Molina, que possuía uma terça parte do engenho Bertioga, juntamente com seu Tio Luís Lopes Tenório e talvez com seus outros tios João Ramires Thenório (Cônego de Monte Santo de Granada) e Simão Lopes Thenório (Clérigo).
Quando os holandeses chegaram às terras do engenho Bertioga encontraram o engenho destruído. A casa de purgar e a casa das caldeiras, feitas e alvenaria, o telhado estava muito velho, mas dentro delas estavam: 20 caixas de açúcar de várias pessoas ausentes e mais 05 que pertenciam a Leonardo de Oliveira, que foram marcadas pela Companhia das Índias Ocidentais e enviadas ao engenho Salgado.
   A partida do engenho, sem meios e impossibilitado de moer, por se encontrar abandonado pelo seu proprietário, e para não deixar que os canaviais fossem destruídos totalmente e para ainda obter algum lucro para a Companhia, os holandeses fizeram um acordo com o principal lavrador, Leonardo de Oliveira (nada foi encontrado)pelo qual ele, com seus escravos e outros que pudesse arranjar para este serviço, se obrigaria a fazer com que o engenho recomeçasse a moer, para o que lhe seriam reembolsadas todas as despesas, sendo-lhe, além disto, prometido um bom salário pela sua fiscalização, se ele desse fielmente conta de tudo. O contrato feito foi comprido a risca, e o engenho voltou a moer.
   Com a conquista assegurada, o governo holandês através da Companhia das Índias Ocidentais, ofereceu aos senhores de engenho que permaneceram em Pernambuco, diversos incentivos fiscais e empréstimos para a compra de engenhos confiscados e sua reconstrução, e de escravos. Alguns senhores que  haviam fugido da ocupação batava, percebendo as vantagens oferecidas  pela Governo holandês, retornaram para Pernambuco, como foi o caso de Luís Lopes Tenório que voltou em 23/06/1637, e adquiiue o seu engenho Maranhão pelo preço especial de 12.000 florins, para serem pagos em 06 prestações de 2.000 florins, a primeira a vencer em 1640.  Depois comprou o engenho Bertioga, do qual era antes de 1630, proprietário de uma terça parte, por 21.000 florins.
Olinda e Recife
        No Pernambuco holandês várias engenhos açucareiros pertenciam a judeus, onde instalavam suas sinagogas, conforme destacado no livro “Senhores de Engenho – Judeus em Pernambuco Colonial 1542-1654” – de José Alexandre Ribemboim: Diogo Fernandes e Branca Dias (eng de Camaragibe-P), Ambrósio Fernandes Brandão (eng. de Inobi), David Senior Coronel ou Duarte de Saraiva (eng. Bom Jesus), Moisés Navarro (eng. de Juriçaca) e Matheus da Costa (Engenho de João Tenório Medina - eng. Maranhão ou o Bertioga) *.
Em meados do século XVII os senhores-de-engenho se tornaram os grandes devedores da Companhia, segundo informa o conde João Maurício de Nassau, estimando a dívida global em 75 tonéis de ouro, o que representava 7,5 milhões de florins; dois anos depois, a dívida já alcançava a elevada importância de 130 tonéis de ouro, correspondentes a 13 milhões de florins. Mas a Companhia continuou a ajuda-los financeiramente, facilitando a construção dos engenhos ou pagando as suas dívidas contraídas com particulares.
       Em 1642, Bullestrat escreveu em seu Relatório (pág. 153) que tinha falado com João Tenório sobre o seu débito e este pediu que tivesse paciência com ele; e que na safra daquele ano perdera 40 negros e no ano precedente todos os seus canaviais tinham sido queimados pelo inimigo, como poderiam confirmar diversas testemunhas, por isso seu engenho se encontrava de fogo morto e quando pudesse fazê-lo entregaria metade da produção à Companhia.
cApós 1681 o Sargento-mor Jorge Baptista Jorge aparece como proprietário do engenho Bertioga, adquirido através de herança recebida por sua esposa D. Rosa Fernandina Lourenço Thenório, de seu avô Luiz Lopes Thenório.
     O próximo proprietário foi o Capitão-mor Roque Antunes Correia, através de sua esposa Ignácia Rosa Thenório, que levou o engenho como dote de casamento ou recebeu de herança de seus pais.

Fontes :
Revista do Instituto Archeológico e Geográfico de Pernambuco (1887), nº 34. Relação dos engenhos baseado no levantamento feito no primeiro ano do domínio holandês. Capitanias de Pernambuco (Porto Calvo, Alagoa do Norte), Itamaracá, Paraíba e Rio Grande. Disponível em: http://www.institutoarqueologico.com.br/RIAHGP/RIAHGP_34_1887.pdf. Acesso em 26/10/2013
PEREIRA, Levy. "S. Antº (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._ Ant%C2%BA_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013.
Jaboatão, Antônio de Santa Maria. Novo orbe serafico brasilico; ou, Chronica dos frades menores da provincia do Brasil: Impressa em Lisboa em 1761, e reimpressa por ordem do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Vol. 1. Typ. brasiliense de M. Gomes Ribeiro, 1858




                                            Proprietários

Luís Lopes Tenório (Luis Tenório de Molina) – Fidalgo espanhol, natural de Sevilha/Espanha. Chegou ao Brasil em 1619, acompanhado pelo seu sobrinho João Tenório de Molina e dois irmãos: João Ramires Thenório (Cônego de Monte Santo de Granada) e Simão Lopes Thenório (Clérigo). Sargento-mor. Retirou-se com Matias de Albuquerque durante o êxodo dos senhores de engenhos pernambucanos, para a Bahia em 1635, (Brito. Livro 8, nº 655, pág. 344), aonde depois faleceu, sendo sepultado na Igreja de Nossa Senhora da Graça, dos Monges Beneditinos, que foi beneficiada por Luís Tenório com excelentes esmolas. Em 1681, seus herdeiros, que viviam em Sevilha/Espanha, chegaram a Pernambuco para reivindicar a herança de seu pai e avô D. Luís Lopes Tenório, que por causa das guerras da aclamação do Rei D. João IV, não puderam cobrar antes.
Casamento 01, em Sevilha: D. Luísa Thenório, sua prima, filha de Simão Lopes de Granada.
Filhos: Manoel Thenório que viveu em Sevilha, onde foi Administrador fiel do Pagador Geral das Armadas Fulano Henriques. C.c. D. Mariana Peres de Figueroa, c.g; D. Maria, nascida em 28/07/1607-Sevilha, viveu em Pernambuco, chegou a Pernambuco (1681) em companhia de sua cunhada D. Mariana Peres de Figueira, para reivindicar a herança de seu pai. Faleceu solteira em Recife; Brites Maria, nascida em 04/08/1605, chegou a Pernambuco em companhia de sua irmã e cunhada no ano de 1681, para reivindicar a herança de seu pai. Faleceu solteira em Recife; José, nascido em 08/12/1608-Sevilha, faleceu com 11 dias de idade.
Coproprietário do engenho Bertioga/Ipojuca. Segundo Borges da Fonseca era proprietário de mais 04 engenhos em Pernambuco.
Fontes :
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais 1903 Vol 25




João Tenório de Molina – Natural de Servilha/Espanha (segundo Borges da Fonseca). Filho de Estêvão Thenório e de D. Brites de Molina. João Tenório chegou a Pernambuco em 1619, em companhia de seu tio Luiz Lopes Tenório. Retirou-se com Matias de Albuquerque durante o êxodo dos senhores de engenhos pernambucanos, para a Bahia em 1635, mas regressou a Pernambuco em 23/06/1637, e comprou a Companhia o Engenho Maranhão seu engenho Bertioga (que por sua ausência fora confiscado), a qual lhe fizeram um  preço especial de 12.000 florins, para serem pagos em 6 prestações de 2.000 florins, a primeira a vencer em 1640. Depois comprou o eng. Bertioga, do qual era antes de 1630, proprietário de uma terça parte, por 21.000 florins.
Casamento 01: D. Leonor de Albuquerque, filha de Manoel Nunes e de D. Catharina de Albuquerque, segundo marido. Neta materna de Jerônimo de Albuquerque e da índia D. Maria do Espírito Santo Arcoverde.
Filhos: João Thenório de Molina que faleceu solteiro em 1681; D. Leonor de Albuquerque c.c. Francisco Annes, que segundo as memórias de Fernão Fragoso de Albuquerque foi assassinado no eng. Bertioga quando ia apartar uma pendência. Viúva D. Leonor casou com Braz da Rocha Cardoso, Fidalgo Cavaleiro e Capitão de Infantaria na guerra holandesa, por patente de 08/02/1648, participou da guerra das Tabocas e de Casa Forte, depois da Restauração foi Capitão-mor e Governador de Sergipe e Mestre de Campo de um dos Terços da Bahia, aonde o casal faleceu; D. Anna Thenório c.c. seu primo João Leitão de Albuquerque e depois com (?); Manoel Thenório de Molina, que viveu em Ipojuca, c.c. D. Ignez de Lluna, ainda viva em 1760.
Senhor dos engenhos: Maranhão/Ipojuca e Bertioga ou Santo Antônio/Ipojuca
Fontes:
PEREIRA, Levy. "Marinhã (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas /Marinh%C3%A3_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013.
PEREIRA, Levy. "S. Antº (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb. br/biblioatlas/S._Ant%C2%BA_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926.


MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Governo do Estado de Pernambuco. CEPE. 2ª Edição.  Recife, 2004


João Baptista Jorge (Gonçalo Nunes) – Natural de Santa Cristina de Nogueira/PT. Filho de Domingos Jorge e de Maria Fernandes, ambos naturais da freguesia de Santa Cristina de Nogueira/PT. Senhor de uma quinta em Vilares/Santa Margarida/Conselho de Lousada e Familiar do Santo Ofício, por carta de 12/06/1703, e das diligências que foram feitas consta por certidão do Secretário do Santo Ofício, Jácome Esteves Nogueira, seu nome era Gonçalo Nunes, mas apelidado de João Baptista Jorge. Sargento-mor do Terço de Auxiliares da Muribeca, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, por patente Real de 13/11/1709.
Casamento 01: Rosa Fernandina Lourenço Thenória, filha de D. Manoel Thenório e de D. Marianna Peres de Figueiroa. Nascida em 10/08/1671-Sevilha/Espanha, batizada na freguesia de Santa Cruz, como Fernandina Lourença Rosa. Chegou a Pernambuco em 1681, com sua mãe, para reivindicar a herança de seu avô Luís Lopes Thenório.
Filhos: (?), nascida em 12/11/1694, falecida criança; D. Maria, nascida em 07/04/1698, falecida criança; D. Francisca Peres de Figueiroa, nascida em Recife e falecida em 12/05/1725, c.c. o Gov. Antônio Borges da Fonseca e, 07/01/1714; João Xavier, nascido em 20/12/1698, religioso da Companhia de Jesus, falecido em 04/02/1717; D. Ignácia, nascida em 22/01/1701, falecida criança; D. Ignácia, nascida em 28/12/1704, falecida criança; José Xavier, nascido em 28/12/1705, religioso da Companhia de Jesus do 4º voto, onde lecionou Artes no Colégio de São Pedro e Theologia no Colégio do Rio de Janeiro; D. Ignácia Rosa Thenório (herdeira do engenho Bertioga), nascida em 28/12/1707, c.c. o Cap. Roque Antunes Correia; Francisco Xavier que faleceu criança; e Ignácio Xavier, que também faleceu criança.
Casamento 02: D. Lusia de Albuquerque de Mello, casada em 2ª núpcias com Manoel Alves Vianna, homem muito rico e distinto que viveu na Praça do Recife, com quem teve uma filha D. Anna Maria c.c. o Dr. João Ferreira da Rosa. Do primeiro casamento não houve sucessão.
Senhor do engenho Bertioga/Ipojuca, pelo seu casamento 2º casamento.
Fontes :


BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de:  1925 Vol. 47, pág 16


Roque Antunes Correia – Nasceu em 17/03/1695 e faleceu em 22/07/1757. Cavaleiro da Ordem de Cristo, de que tomou o Hábito na Igreja de Nossa Senhora do Pilar, em 15/07/1719. Familiar do Santo Ofício, por carta de 30/05/1727. Serviu como soldado pago na milícia da Praça do Recife. Tenente da Fortaleza de São João Baptista do Brum. Tenente-cabo da Fortaleza do Mar onde passou a Capitão-mor do Recife. Proprietário, por duas vezes, do Ofício de Almoxarife da Fazenda Real de Pernambuco.
Casamento 01: D. Ignácia Rosa Thenório, nascida em 28/12/1707. Filha de João Baptista Jorge (eng. Bertioga/Ipojuca) e de D. Rosa Fernandina Lourenço Thenório.
Filhos: Manoel, nascido em 15/09/1726 e falecido em 04/01/1730; José, nascido em 05/07/1728 e falecido em 20/01/1730; Manuel Antunes Correia, nascido em 14/12/1732, Clérigo Presbítero, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Comissário do Santo Ofício; José Ignácio Xavier Correia, nascido em /1734, Clérigo Presbítero, Comissário do Santo Ofício, pároco e vigário da freguesia do Seridó, e vigário recomendado da freguesia do Una; Felipe, nascido em 27/05/1740 e falecido em 13/11 do mesmo ano; João Veríssimo, nascidoem 10/07/1741 e falecido criança; Francisco Xavier Correia, nascido em 22/01/1745, serviu no Regimento da Praça do Recife, Cadete da Companhia de Borges da Fonseca. Alferes da Companhia de Granadeiros, Coronel da Cavalaria de Auxiliares de Serinhaém (1770), c.c. D. Rita Francisca Wanderley, filha de João Maurício Wanderley (eng. Guerra/Ipojuca) e de D. Felicianna da Silva; D. Maria Margarida do Sacramento, nascida em 05/04/1724, casou em 21/02/1748 com Francisco Xavier Carneiro da Cunha, familiar do Santo Ofício e Capitão-mor de Igarassu, filho de João Carneiro da Cunha (eng. Espírito Santo e Santa Lusia de Araripe) e de D. Antônio da Cunha Souto Maior; D. Rosa Elena de Sousa, nascida em 09/02/1730 e falecida de parto em 1761, casada em 09/02/1730, com Lourenço Antônio Cavalcante de Albuquerque; D. Anna Maria Vidal, nascida em 05/05/1731, c.c. (1760) Francisco de Mello de Albuquerque, Coronel Auxiliar e sucessor do vínculo do eng. Tapera, filho de Mathias de Albuquerque Maranhão e de Margarida Muniz de Melo, s.g; D. Clara Antônia Maria Correia, nascida em 13/05/1737, c.c. o Tenente General da Ordenança Antônio Clemente de Larráz, filho de Manoel Clemente (eng. São João da Várzea/Recife) e de D. Isabel de Almeida, c.g.; D. Joanna Rita Quitéria Helena e Sousa, nascida em 22/05/1738; D. Margarida Theresa de Jesus, nascida em 20/07/1743; D. Francisca Peres de Figueiroa, nascida em 20/02 de 1746.
Senhor dos engenhos Giquiá/Recife e Bertioga/Ipojuca
Fontes :


BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de:  1925 Vol. 47, 1926

27/11/2013

Engenho Três Reis, Caroaçu, depois Benfica/Ipojuca

Segundo Pereira da Costa (1812, vol. 07. Pág. 91), quando os holandeses invadiram Pernambuco a freguesia de Ipojuca, que na época chamavam a Bela Pojuca, contava no seu termo os seguintes engenhos: Sibiró de Baixo sob a invocação de São Paulo, pertencente a Francisco Soares Ganha; Sibiró de Cima, a Manuel de Novalhas; Maranhão e Bertioga, a João Tenório; Trapiche, sob a invocação do Bom Jesus, a Francisco Dias Delgado; Santa Luzia, e o denominado Salgado, sob a invocação de S. João, a Cosme Dias da Fonseca; Pindoba, a Gaspar da Fonseca Carneiro; o eng, Caroaçu, a Manuel Vaz Vizeu; Guerra, e o de nome Nossa Senhora do Rosário, sem menção.
O engenho Coroaçu era movido à água e possuía uma Igreja. Localizado na margem direita do Rio Ipojuca e na margem direita do Rio Piedade a meia milha ao Sudoeste do engenho Bertioga, sob a jurisdição de Olinda e freguesia de Ipojuca. Suas terras tinham cerca de meia milha de extensão, com muitos montes e poucas várzeas. Podia anualmente moer fazer 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar e paga 03% de recognição.
Foi citado nos seguintes mapas: PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: TrԐs RԐys', na m.d. do , 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca) e  PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'Caraguaçu', na m.d. do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca).
Nomes históricos: Três Reis (Tres Reys); Carâguaçû (Caraguaçú; Caraguassu; Caragussu; Caroaçu; Caroassu; Camassu). Hoje o engenho e denominado de Benfica.
Quando os holandeses invadiram Pernambuco o engenho Três Reis, Caroaçu, depois Benfica/Ipojuca pertencia a Manuel Vaz Viseu.

Manoel Vaz Viseu – Filho de Matheus Vaz e de Maria Simões, naturais de Viseu/PT. Quando os holandeses invadiram Pernambuco Manuel Viseu ficou do lado dos invasores recebendo seu passaporte.
Casamento 01: Maria da Rosa da Rocha (ou Maria de Góis de Hollanda), filha única de Sebastião Vaz Carrasco e de Maria Rosa da Rocha. Nasceu e viveu em Ipojuca.
Filhos: Manoel Vaz da Silva, que viveu no eng. Coroaçu, c.c. Maria de Goes, que era filha do Cap. Balthasar Leitão de Vasconcelos e de Jerônima da Costa, s.g; Antônio Vaz Carrasco c.c. Anna de Holanda, filha do Cap. Balthasar Leitão de Vasconcelos e de Jerônima da Costa, s.g; Francisco Vaz Carrasco, Capitão de Ordenança de Ipojuca (patente de 23/08/1666), c.c. Brites de Vasconcelos filha de Gaspar da Costa Coelho e de D. Maria de Goes. Depois de viúvo Francisco foi clérigo sacerdote e bom eclesiástico. c.g; Eugênia Vaz da Silva c.c. o Cap. Bartolomeu Rodrigues de Xerez; Theodosia Ferreira c.c. Pedro Fernandes da Silva, português da Ilha da Madeira, filho de Bento Fernandes e de Isabel de Oliveira, c.g.
Fontes consultadas:

                Hoje suas terras pertencem a Usina Ipojuca, Pernambuco.


Fontes consultadas:
PEREIRA, Levy. "Carâguaçú (engenho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em:http://lhs.unb.br/biblioatlas/Car%C3%A2gua %C3%A7%C3%BA_(engenho). Data de acesso: 27/11/2013.
Pergunte a Pereira da Costa. Vol. 7. Ano 1812. Pág. 91. Disponível em: http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=2033&year=1812&page=92&query=1812&action=previous. Data de acesso: 27/11/2013.

Maranhão/Ipojuca

A palavra Maranhão pode ter várias interpretações: maranhã, guará; maranã, desordem, tumulto; maranã, maldade, pecado; mbará-nã, rio caudaloso. Sampaio interpretou: Mará, mbará, pará, rio, nhã, correr, fluir, andar; o mar corrente — M. M.".


Terras do engenho Maranhão/Ipojuca

O engenho Maranhão foi fundado antes de 1609 por Antônio Ribeiro de Lacerda. Possuía uma moenda movida à água e possuía uma igreja dedicada a Nossa Senhora da Penha. Ficava localizado situado a 1/2 milha de distância do eng. Três Reis, na margem esquerda do Rio Ipojuca, sob a jurisdição de Olinda e freguesia de Bela Pojuca (hoje Ipojuca). Suas terras eram ruins e tinha 1/2 milha de extensão, com muitos montes. Produzia anualmente 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar e pagava 02% de recognição.

Em 1623 o engenho produziu 3.655 arrobas de açúcar. Em 1630, pertencia a João Tenório de Molina.

Segundo Pereira da Costa (1812, vol. 07. Pág. 91), quando os holandeses invadiram Pernambuco (1630) a freguesia de Ipojuca contava no seu termo os seguintes engenhos: Sibiró de Baixo (Francisco Soares Ganha); Sibiró de Cima (Manuel de Novalhas); Maranhão e 1/3 do Bertioga (João Tenório de Molina); Trapiche (Francisco Dias Delgado); Santa Luzia e o Salgado (Cosme Dias da Fonseca); Pindoba (Gaspar da Fonseca Carneiro); Caroaçu (Manuel Vaz Vizeu); Guerra e o Nossa Senhora do Rosário (não mencionou o proprietário).

No século XVII o engenho Maranhão era conhecido como Marinhã (Maranhão; Marangnan; Marinha), citado no mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 Capitania de Pharnambocqve, plotado como engenho, 'Ԑ: Marangnan', na m.e. do , 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca) e no mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'Marinha', na m.d. do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca). Atualmente se chama Engenho Maranhão - vide mapa IBGE Geocódigo 2607208 Ipojuca-PE.

Na freguesia de Ipojuca, o primeiro golpe dado pelos holandeses foi a 12/03/1634 após tomarem o Forte Nazaré/Cabo de Santo Agostinho. Os holandeses se dirigiram mais ao sul desembarcando no engenho Salgado/Ipojuca. Consolidando o domínio na região alguns proprietários resolveram abandonar seus engenhos, destruindo suas edificações e queimando suas canas para que os holandeses não dessem continuidade no plantio.

No eng. Maranhão os holandeses encontraram na casa de purgar e das caldeiras, que eram de alvenaria, 198 fôrmas, que renderam 170 arrobas de açúcar branco e 42 arrobas de açúcar mascavado, dos quais foram feitas 9 e 1/2 caixas; e 13 caixas velhas de açúcar mascavado pertencentes ao senhor de engenho, 02 a Leonardo de Oliveira, 01 de um comerciante em Portugal, 6 caixas de açúcar branco pertencentes ainda a algumas pessoas ausentes. Todas elas foram, com a marca da Companhia, mandadas para o Pontal. O engenho foi confiscado, por se encontrar abandonado, pela Companhia das Índias Ocidentais. (Dussen, 1640)

João Tenório de Molina que acompanhara seu tio Luís Tenório para a Bahia, retorna sozinho para Pernambuco e em 23/06/1637, e compra o eng. Maranhão a Companhia da Índias Ocidentais Holandesa, que por sua ausência fora confiscado. A Companhia lhe fez um preço especial de 12.000 florins, para serem pagos em 06 prestações de 2.000 florins, a primeira a vencer em 1640. Na mesma época comprou o eng. Bertioga, do qual também foi proprietário antes de 1630, pela quantia de 21.000 florins. NOTA: O engenho moeu em 1637, 1639 e em 1655.

Em 1642, a Companhia das Índias Ocidentais cobrou as prestações atrasadas a João Tenório, que pediu paciência com ele, que na presente safra [...] perdera 40 negros e no ano precedente todos os seus canaviais tinham sido queimados pelo inimigo, pelo que este ano não moerá e quando puder fazê-lo entregará metade da produção à Companhia. Mas, a Companhia rejeita o pedido e em 1644 sequestra todo o açúcar produzido nos dois engenhos: Maranhão e o Bertioga.

Em 1645, João Tenório negocia novamente com a WIC a encampação do seu débito de 49.579 florins, inclusive com Gaspar Francisco da Costa, a ser pago nos 03 anos seguintes. Em 1663 o montante devido já era de 38.604 florins.

No Pernambuco holandês existiu vários judeus proprietários de engenho, lavradores de cana-de-açúcar e  fazendas de gado, como foi destacado no livro “Senhores de Engenho – Judeus em Pernambuco Colonial 1542-1654” – de José Alexandre Ribemboim: Diogo Fernandes e Branca Dias (eng de Camaragibe-P), Ambrósio Fernandes Brandão (eng. de Inhobi), David Senior Coronel ou Duarte de Saraiva (eng. Bom Jesus), Moisés Navarro (eng. de Juriçaca) e Matheus da Costa (lavrador do eng. Salgado e do eng. Maranhão que pertenceram a João Tenório Medina), participando apenas com 1/5 do açúcar produzido.

Em meados do século XVII os senhores de engenhos se tornaram grandes devedores da Companhia das Índias Ocidentais holandesa, segundo informa o Conde João Maurício de Nassau, que estimou a dívida global em 75 tonéis de ouro, o que representava 7,5 milhões de florins; dois anos depois, a dívida já alcançava a elevada importância de 130 tonéis de ouro, correspondentes a 13 milhões de florins. Mas a Companhia continuou a ajuda-los financeiramente, facilitando a construção dos engenhos ou pagando as suas dívidas contraídas com particulares.

Em 1642, Bullestrat escreveu em seu Relatório (pág. 153) que tinha falado com João Tenório sobre o seu débito e este pediu que tivesse paciência com ele; e que na safra daquele ano perdera 40 negros e no ano precedente todos os seus canaviais tinham sido queimados pelo inimigo, como poderiam confirmar diversas testemunhas, por isso seu engenho se encontrava de fogo morto e quando pudesse fazê-lo entregaria metade da produção à Companhia.

A Capela do engenho Maranhão ao longo dos séculos passou por várias reformas, sendo o atual prédio do século XIX. Segundo moradores do entorno, não há atividades religiosas no local desde 1999 e o prédio funcionou como escola: “Lembro quando tinha um muro baixo e um portão criando um terraço na frente da igreja, batizei minha irmã aqui”, conta Cirlene Maria da Silva. “Meu avô casou nessa igreja, 38 anos atrás, e meu pai estudou na escola que funcionava no prédio”, diz Renata Maria da Silva. “Seria bom se recuperassem o prédio”, acrescenta Marcos Roberto da Silva, que foi batizado no lugar. (Postado em “Passado açucareiro pede por socorro” - http://www.afcp.com.br/?p=11216)

As terras do engenho ficam hoje localizadas em Ipojuca na PE-42. A Capela de Nossa Senhora da Penha, representante da arquitetura dos antigos engenhos de açúcar, se desmonta a cada dia. O prédio está infestado de cupins, o telhado caiu, o altar não existe mais, o mato cresce nas paredes (dentro e fora do imóvel), portas e janelas encontram-se quebradas, há lixo pelo chão e os túmulos foram violados.

Em suas terras será construída pelo Governo de Pernambuco a Barragem do Engenho Maranhão, com capacidade de 60 milhões de m³, para suprir de água bruta o Complexo Portuário de Suape, a partir do funcionamento da Refinaria Abreu e Lima. A construção dessa barragem já era prevista desde a década de 70 para atender a futura demanda do Complexo Industrial e Portuário de Suape.

Proprietários:

Antônio Ribeiro de Lacerda - Falecido antes de 1635. Filho de Francisco de Barros Falcão (eng. Mussumbu/Goiana e Pedreiras/Goiana) e de D. Mariana de Lacerda, filha de Felipe Cavalcante de Albuquerque e de D. Maria de Lacerda. Almoxarife de Fazenda Real em Pernambuco (1575). Provedor da Fazenda Real de Pernambuco (1620).
Igreja do Engenho Maranhão, Ipojuca, PE.
Desenhos de ruínas de igrejas brasileiras, 
por EDUARDO VERDERAME
Curiosidades: Segundo Borges da Fonseca (Nobiliarquia Pernambucana - Anais 1925, Vol. 47), certo Antônio Ribeiro de Lacerda queimou um livro  de genealogia escrito por Francisco Berenguer de Andrade (Evaldo Cabral de Mello (2000, pág. 66), pois continha algumas notícias infamatórias sobre a sua pessoa. Por conta de alguns pormenores como esse é que Borges da Fonseca resolveu começar a escrever a Nobiliarquia Pernambucana, que continha 144 meias folhas de papel, numeradas e rubricadas, para que não houvesse quem quisesse escrever mentiras e atribuir a ele, sinal que muitas delas eram autênticas.
Casamento 01: Leonor dos Reis, filha do português Nicolau Coelho dos Reis e de D. Maria de Faria. Durante a ocupação holandesa fugiu com Mathias de Albuquerque para a Bahia (1635). Com sucessão em títulos de Marinhos.
Filhos: 01- Francisco de Barros Falcão, falecido solteiro; 02- Nicolau Coelho de Lacerda (eng. Santana); 03- Felipe Cavalcante Florentino c.c. sua prima D. Mariana de Lacerda Cavalcante; 04- Maria de Lacerda, batizada em 1608/Olinda, c.c. Jerônimo Velloso Machado; 05- Josefa de Lacerda c.c. Francisco do Rego Barros (eng. Arariba); Joanna c.c João Bezerra Monteiro. Nota: Não confundir esse Antônio Ribeiro de Lacerda com o outro que foi herói da guerra contra os holandeses, e que era casado com D. Isabel de Moura (sepultada no Convento de São Francisco Ipojuca.
Senhor dos engenhos: Santana/Jaboatão dos Guararapes; Maranhão/Ipojuca
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victoriano. Nobiliarquia Pernambucana. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.115-116.
MELLO, Evaldo Cabral de. O Nome e o Sangue. Uma parábola familiar no Pernambuco colonial. Edt. Topbookks. 2ª edição revisada. Rio de Janeiro, 2000
CALMOM, Pedro. Introdução e Notas ao Catálogo de Frei Jaboatão.
MELO MORAIS, Chonica Geral.


João Tenório de Molina – Natural de Servilha/Espanha (segundo Borges da Fonseca). Filho  de Estevão Thenório e de D. Brites de Molina. Chegou a Pernambuco em 1619, em companhia de seus tios: Luiz Lopes Tenório e do Padre João Ramires Tenólrio
Em 1635, João Tenório acompanhou o General Mathias de Albuquerque no grande êxodo dos senhores de engenhos, suas família, feitores e escravos (8.000 pessoas), que deixaram para trás tudo o que não podia ser carregado.
João Tenório logo retorna a Pernambuco e em 23/06/1637 compra de volta seu engenho Maranhão, que tinha sido confiscado pela Companhia das Índias Ocidentais por se encontrar abandonado. O valor pago foi de 12.000 florins em 06 prestações de 2.000 florins, a primeira a vencer em 1640. Depois readquire também o eng. Bertioga por 21.000 florins, que antes da invasão holandesa possuía só uma terça parte de suas terras.
Casamento 01: D. Leonor de Albuquerque, filha de Manoel Nunes e de D. Catharina de Albuquerque, segundo marido. Neta materna de Jerônimo de Albuquerque e da índia D. Maria do Espírito Santo Arcoverde.
Filhos: 01- João Thenório de Molina – Falecido solteiro em 1681; 02- D. Leonor de Albuquerque – C.c. Francisco Annes, assassinado no eng. Bertioga quando ia apartar uma pendência. Viúva D. Leonor casou com Braz da Rocha Cardoso (Fidalgo Cavaleiro e Capitão de Infantaria na guerra holandesa, por patente de 08/02/1648, lutou na guerra das Tabocas e de Casa Forte, Capitão-mor e Governador de Sergipe e Mestre de Campo de um dos Terços da Bahia); 03- D. Anna Thenório – C.c. seu primo João Leitão de Albuquerque e depois com (?); 04- Manoel Thenório de Molina – Viveu em Ipojuca. C.c. D. Ignez de Lluna, que ainda viva em 1760.
Senhor dos engenhos: Maranhão/Ipojuca e Bertioga ou Santo Antônio/Ipojuca
Fontes:
BORGES DA FONSECA, Antônio José Victorino. Nobiliarquia Pernambucana. Anais de 1926.
http://freimilton-ofm.blogspot.com.br/2009/04/um-pouco-da-historia-de-ipojuca_26.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.117.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Governo do Estado de Pernambuco. CEPE. 2ª Edição.  Recife, 2004
PEREIRA, Levy. "Marinhã (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas /Marinh%C3%A3_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013.
PEREIRA, Levy. "S. Antº (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb. br/biblioatlas/S._Ant%C2%BA_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013

Matheus da Costa – Judeu. Nasceu em Favaios, Comarca de Lamego/PT. Filho de Diogo Lopes e de Maria da Costa. Quando chegou em Pernambuco foi morar em Ipojuca, onde trabalhou como mercador e lavrador de cana de açúcar no eng. de João Tenório de Molina (eng. Maranhão ou o Bertioga) por 12 anos.
Em 20/04/1646, foi aberto um processo contra Mateus da Costa de 65 anos, acusado de judaísmo. Pelo seu crime foi dada a sentença em 06/12/1646, onde tinha que ir ao auto-de-fé com vela acesa na mão, abjuração de veemente, cárcere e arbítrio dos inquisidores, instrução na fé católica, penitências espirituais e pagamento de custas. (Código de Referência PT/TT/TSO-IL/028/00306 – Torre de Tombo/Lisboa-PT).
Mateus da Costa chegou a possuir 07 escravos que trabalhavam em sua propriedade, uma escrava que ficava com suas netas (Isabel e Joana), e outro escravo que estava na Bahia sob poder do provedor-mor, além de três crianças escravas, filhos de seus escravos. Possuía ainda: seis bois, que valiam 36.000 réis, um forno de cobre que valia 13.000 réis.
Além disso, Mateus lista os nomes e valores daqueles que lhe deviam dinheiro, como por exemplo, Francisco Gonçalves, através do vaqueiro Gonçalo, devia 4.000 réis por um novilho e ainda 50.000 réis por um cavalo. A lista de devedores mostra que Mateus era também comerciante, seja fazendo empréstimos ou vendas de produtos variados e não somente as caixas de cana de açúcar que produzia em seu arrendamento.
Possivelmente, de acordo com José Alexandre Ribemboim, em época posterior, Matheus da Costa teria comprado o engenho São João do Salgado/Ipojuca, através de leilão público (1637), por 18.000 florins, mas em 1639 o dito engenho é citado como pertencente a David Sênior Coronel (David Saraiva)
Casamento 01: Francisca da Silva – Cristã-nova.
Filhos: 02 filhos homens e 06 mulheres. (não identificados)
Fontes:
RIBEMBOIM, José Alexandre. Senhores de Engenho Judeus em Pernambuco Colonial. 1542-1654.. pág. 100



Fontes:
**Diniz, Raquel. Cristão-novo não mais como outro qualquer: a busca por uma trajetória individual. Mestranda em História Social pela Universidade Federal Fluminense. 
http://freimilton-ofm.blogspot.com.br/2009/04/um-pouco-da-historia-de-ipojuca_26.html
MELLO, Evaldo Cabral de. O Bagaço de Cana. Edt. Penguin & Companhia das Letras. 1ª edição. São Paulo, 2012. Pág.117.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Gov. do Estado de Pernambuco. CEPE. 2ª Edição.  Recife, 2004.
PEREIRA, Levy. "Marinhã (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/Marinh%C3%A3_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 27/11/2013.
Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco. “Passado açucareiro pede por socorro”. Disponível em: http://www.afcp.com.br/?p=1121

Engenho Santo Cosme (Cosmo)/Ipojuca

Engenho Pernambuco colônia.
A conquista de Ipojuca teve início em 1560, após a escravização dos índios caetés. A partir daí, os colonos de origem europeia puderam ocupar suas terras férteis e ricas em massapê, e que eram propícias para o cultivo da cana-de-açúcar, causando o surgimento de diversos engenhos na região. Entre os pioneiros, estavam as famílias Lacerda, Cavalcanti, Rolim e Moura.
Assim na Jurisdição de Olinda e nas freguesias que dela faziam parte, existiam 67 engenhos, sendo que quando os holandeses invadiram Pernambuco havia 20 de fogo morto e 47 moentes e destes 05 foram confiscados pela Companhia das Índias Ocidentais.
O engenho Santo Cosme foi fundado Antônio Gonçalves da Paz (nada foi encontrado) que ainda era proprietário durante a ocupação holandesa (1630),  conforme o Relatório Holandês de 04/04/1640, Doc. 06 – Engenhos da Freguesia de Ipojuca e Borges da Fonseca nos Anais de 1919-1920 Vols 41 / 42, pág. 168. Sua moenda movida à água, com igreja dedicada a Santo Cosme. Ficava localizado na margem esquerda do Riacho Cabromena, sob a jurisdição de Olinda e freguesia de Ipojuca e foi citado no mapa PE (Orazi, 1698) Provincia di Pernambvco, plotado como engenho, 'S. Cosmo', na m.d. do 'R. Ietaõ' (Riacho Cabromena).
Em terras de Ipojuca, o primeiro golpe dos holandeses foi a 12/03/1634 quando após tomarem o Forte Nazaré em Cabo de Santo Agostinho, os holandeses se dirigiram mais ao sul desembarcando em terras de Ipojuca (engenho Salgado). Consolidando o domínio na região alguns proprietários resolveram abandonar seus engenhos destruindo suas edificações e queimando suas canas para que os holandeses não dessem continuidade no plantio. Em 1635, se deu o grande êxodo dos senhores de engenhos, que fugiram para a Bahia com o General Matias de Albuquerque, cerca de 8.000 pessoas, entre eles Antônio Gonçalves da Paz.
Nomes históricos: S. Co∫mo (São Cosme; Santo Cosme). Atualmente nas terras do engenho existe uma fazenda (ou engenho), de acordo com o mapa de satélite do Google Earth - (8º 21' 33.82" S ; 35º 09' 27.45" W).
Moenda movida à água.
Segundo o relatório de Schott, datado de 1636, o engenho ficava situado a meia milha do eng. Maranhão e tinha ¾ de uma milha de terra, com poucos montes, terra ruim, pois ficava no interior das matas. Sua fábrica era movida à água e anualmente fornecia 2.000 a 3.000 arrobas de açúcar, pagando 03% de recognição. A casa de purgar e a casa das caldeiras tinham paredes de alvenaria, mas os holandeses as encontraram  totalmente destruída e o engenho sem nada que se pudesse aproveitar.


Fontes consultadas:
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A Economia Açucareira. Fontes para a História do Brasil Holandês. Edt. CEP. Governo de Pernambuco. 2ª Edição. Recife, 2004. Pág. 63/64
PEREIRA, Levy. "S. Co∫mo (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/biblioatlas/S._Co%E2%88%ABmo_(Engenho_de_roda_d%27%C3% A1gua). Data de acesso: 27/11/2013